Rostos de Timor-Leste (1)
Quero começar por afirmar que este post não se acaba por aqui. Conforme eu vá engrossando a lista de fotos sobre as pessoas de Timor-Leste, é conveniente para quem goste desta minha maneira de ver e viver o local onde estou actualmente a morar, o reveja, pois irei actualiza-lo com as mais belas e interessantes fotos de rostos e expressões que vou fazendo.
Não consigo definir o povo timorense como sendo único do ponto de vista étnico, porque salta logo à vista as diferenças entre si. Uns são mais robustos outros mais delgados, uns mais escuros e outros mais claros. Os seus cabelos variam entre a carapinha e os completamente lisos. E dá-me a entender que tal diversidade está geograficamente bem definida. No entanto em Dili tudo se mistura, e é onde vi a maior concentração de mestiços, quer de origem europeia como asiática.
De acordo com diversas fontes e eu sito uma delas (http://www.theodora.com/wfbcurrent/east_timor/east_timor_people.html), os timorenses são de origem austronesia digo malaio-polinésia, papua e chinesa. Naturalmente esta mistura encontra-se miscigenada com a cultura e genes europeus, nomeadamente português.
É impressionante a simpatia que se recebe das pessoas quando passamos por elas. Mesmo deslocando-nos de carro, vêm cumprimentar-nos dando-nos automaticamente os bons-dias e demonstrando por nós uma curiosidade marcante. Isto acontece sobretudo quanto mais nos afastarmos de Dili.
De tantos pedidos que nos fazem, houve um que me impressionou bastante, foi numa aldeia no sopé do monte Ramelau. Um menino dos seus treze anos pediu-nos que trouxéssemos livros de português pois somente a “Senhora Professora” é que os tinha. Sei de fonte não confirmada que existem milhares destes livros em Dili em contentores à espera de serem distribuídos. Este menino que foi alvo da minha câmara falava um português muito bom, tendo em conta com o resto da amostragem. Não se pense que os timorenses falam muito bem a língua de Camões. A excepção está nos que têm uma educação mais elevada, que são infinitamente poucos e os mais velhos que fazem parte dos resquícios da presença colonial portuguesa. Após a invasão indonésia de Dezembro de 1975, o português foi bruscamente substituído pelo Bahasa, língua oficial da Indonésia que se houve nas ruas de Dili a par do Tétum.
As gentes das zonas rurais de Timor-Leste, pouco melhores condições de vida têm em relação aos seus antepassados. Muitos deles vivem numa economia de subsistência, não tendo qualquer hipótese de trocas comerciais relevantes com as outras zonas devido às muito precárias, muito perigosas e lentas vias de comunicação. Somente viaturas todo-o-terreno e animais é que conseguem progredir por grande parte destas estradas pelo que penso que este deveria ser o investimento mais urgentes e prioritário, diria eu até mais do que a própria educação.
Falando da educação, é fantástico ver os alunos saírem das escolas, todos eles fardados uniformemente com diferentes cores das várias escola existentes. Foi com o que me deparei no sábado de manhã na localidade de Aileu, aquando do seu regresso a casa para o almoço.
Estou a ler dois livros que me emprestaram e que os acho muito interessantes. São eles:
Timor Loro Sae 500 anos de Geoffrey C. Gunn, Livros do Oriente