segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Um passeio até à fronteira

Este passeio está inserido naquelas actividades recreativas e culturais que vou fazendo de modo a fugir à vida um tanto ou quanto monótona de Dili, somente quebrada com os esporádicos rasgos de violência.

Tudo estava preparado desde o dia anterior. O farnel preparado pelo restaurante do nosso hotel iria aguentar os nossos estômagos ao longo do dia, já que comida preparada daquela para ocidental comer nem vê-la. Somente pequenos restaurantes cuja a ementa nos é estranha e a higiene deixa muito a desejar. Enfim, fomos precavidos. Ah, a bela da Super Bock sempre bem geladinha na mala térmica.

A manhã começou mal, a viatura escolhida para a viagem foi vandalizada na madrugada anterior, com os vidros frontal e traseiro partidos. Após um atraso de uma hora e meia, lá arranjamos outra para o efeito.

Pelo caminho fomos vendo as populações de fato domingueiro em direcção ou provenientes da missa. É uma boa altura de vestirem tais roupas. Lembra-me Portugal há umas dezenas de anos atrás.

A estrada é do melhor que há em Timor-Leste, no entanto não deixam de haver aluimentos de terrenos, estrada cortada pela enxurrada e buracos e lombas súbitas. A paisagem é fantástica, sobretudo nesta altura do ano em que tudo esmuito verde. De Dili até à fronteira são à volta de 120 Km e ela 2 horas e meia sem paragens.

Existem baías lindas à espera que sejam construídos resorts, prontos para trazerem as divisas que tanto Timor precisa e o emprego aos timorenses.

Existem umas construções estranhas no meio da lama alagada diariamente pelas correntes de maré do oceano que tanto nos intrigou e que aqui mostro numa imagem. Tais construções são “fazedores de sal” em muito pequenas porções numa técnica artesanal e ancestral.

Dois fortes portugueses de pequeno tamanho são vistos pelo caminho, um em Maubara (nas fotos) e um outro junto da fronteira em Batugade. Que locais fantásticos para se fazer algo turístico. O de Maubara tem dois canhões que miram o Estreito de Ombar (que separa a ilha de Timor e a ilha de Alor, Indonésia), um tem o brasão com as armas portuguesas.

Entre Liquiçá e Atabae, existe uma ribeira enorme (a de Lois) com uns 500 metros de largura e que nesta altura do ano deveria estar a transbordar de água. O que se passa é que devido às mudanças climáticas, este ano muito em particular tem sido de estrema seca em Timor-Leste e vêm-se muitos campos de arroz completamente secos, servido somente para o pasto do gado. Sabendo que o arroz é a base alimentar desta gente, logo é fácil de prever os problemas que irão surgir dentro de muito pouco tempo ou talvez mesmo já se estejam a sentir.

Na margem esquerda desta ribeira existe uma comporta de dá acesso a um canal que permite que os campos de arroz ali perto existentes se inundem. É incrível ver-se que a água a correr nessa ribeira esta a ser desperdiçada para o oceano, não havendo até agora qualquer obra de modo a conduzir essa preciosa água até às ditas comportas. Deixando assim aquela comunidade de camponeses “morrerem” à fome por falta de arroz. Enfim, há tanta coisa a correr mal em Timor-Leste e esta é uma delas.

Deixo aqui uma série de fotos que ilustram este meu passeio que aconselho a todos quantos visitarem Timor-Leste.

8 Comments:

At terça-feira, 13 fevereiro, 2007, Anonymous Anónimo said...

Great photos as usual.

The canon overlooking the strait was most interesting. Also, the salt-maker.

Who did you travel with?

-- LB

 
At terça-feira, 13 fevereiro, 2007, Blogger Missão a Timor said...

Hi,
we were three guys. Me my partner and a Portuguese judge that's working for the UN.

This country has a such tourism potential that you cannot imagine.

 
At quarta-feira, 14 fevereiro, 2007, Blogger anjo maroto said...

De certa forma consegues que através dos teus olhos eu veja um mundo fascinante.
Sortudo, teres a sorte de saborear um nascer do sol desses.
Fotos e narrativa fabulosos...
cuidado com as massagens...
enjoy yourself
Lurdes Mota

 
At quinta-feira, 15 fevereiro, 2007, Blogger Missão a Timor said...

Uma coisa te digo minha amiga, a sorte procura-se e as oportunidades alcançam-se.

 
At quinta-feira, 15 fevereiro, 2007, Anonymous Anónimo said...

The pix are fantastic...did U take them? Kisses from Italy

 
At quinta-feira, 15 fevereiro, 2007, Blogger Missão a Timor said...

Yes my dear friend, the photos are all mine. Once in a while you can find some maps and images about places and brands, those of course are not mine.

You can also read it. Please find an automatic translator in http://"www.google.com/language_tools?hl=en" or "babelfish.altavista.com".

The italian kisses have just arrived to Dili.

:-)

 
At sexta-feira, 02 março, 2007, Anonymous Anónimo said...

As fotos mostram um País cheio de beleza, mas as tuas palavras também revelam um brilho de quem fez uma descoberta...
Espero que tenha sido uma boa descoberta...
:)

 
At sábado, 03 março, 2007, Blogger Missão a Timor said...

Sim, o país é belíssimo e não me farto de o contemplar nos seus múltiplos ângulos.

Quanto ao brilho de que falas, é muito mais intenso do que imaginas.
Só te digo uma coisa, que bom é saír do "mundo civilizado" e deixarmo-nos levar pelo maravilhoso mundo alternativo que nos espera, mesmo que por vezes seja violento e pobre.

Aqui descobre-se por exemplo que as pessoas têm um brilho nos olhos e algo para dar, e não falo do locais, mas sobretudo de gente que se libertou desse mundo mesmo que temporariamente.

 

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