Timor - Sua localização
"3. Timor, sua localização
Geografia física
Timor, Ilha de 32 225 km2 localizada no imenso arquipélago Indonésio, entre 8º 17´ e 10º 22´ de latitude sul e de 124º a 127º 19´ de longitude leste de Greenwich. É repartida por três territórios (Timor Leste, Timor Ocidental e o Enclave do Ocussí), localizados no arquipélago das pequenas Sonda situada a meio caminho entre as Sulawesi (Celebes) e o Norte da Austrália.
A Ilha de Timor, que se orienta na direcção SW-NE, é banhada, a Sul, pelo mar de Timor, que a separa da Austrália, e a Noroeste pelos detritos de Savo e Vetar, que a separam de várias outras ilhas indonésias e da ilha de Ataúro.
Tanto Timor, como Ataúro, fazem parte dos conhecidos arcos insulares, em grinalda, que formam os arquipélagos da Grande e da Pequena Sonda.
Enquanto Ataúro é uma das ilhas mais pequenas do chamado arco setentrional, Timor é a mais extensa e importante do Arco externo ou meridional. Assim Timor é inteiramente sedimentar, predominando calcários e xistos antigos, com alguns afloramentos de rochas cristalinas e recifes de coral, existem também zonas pantanosas e zonas alagadiças, próprias para o cultivo do arroz.
A superfície total do território é de 18 899 Km2, dos quais 17 900 Km2 correspondem á parte principal, 850 Km2 ao enclave de Oé-Cusse, 144 Km2 á ilha de Ataúro e 5 Km2 a ilhéu de Jaco. Os limites terrestres foram estabelecidos pelo tratado com a Holanda de 20 de Abril de 1859, a que se seguiu o convénio de 10 de Julho de 1893, que suprimiu alguns enclaves. Pela Convenção de Luso-Holandesa de Haia, de 7 de Outubro de 1904 foi a rectificação legalizada. A delimitação do enclave de Oé-Cusse foi submetida á arbitragem do Governo suíço, que se pronunciou por sentença de 25 de Julho de 1914.
Relevo e Hidrografia
O território é em regra escarpado, com altas montanhas que caem abruptamente sobre o mar ao largo da costa setentrional, diversos picos ultrapassam os 2000 metros em altitude como o Ramelau com 2950 m, o Matabia com 2380 m, o Cablac com 2100 m, merecendo ainda citação o Cailaco com 1916 m e o Mundo Perdido 1775 m e na parte ocidental, no antigo território sob governo holandês, o Mútis com 2400 m. Uma cordilheira central de montanhas forma uma vertente com rios que correm para o Sul e para o Norte com grandes caudais na época das chuvas, sendo a planície costeira meridional ampla com zonas de assoreamento e de pântanos na desembocadura dos rios.
Clima e Condições Meteorológicas
O clima de Timor integra-se no tipo de climas quentes (média anual de temperatura superior a 20ºC) de tipo equatorial, variedade de monção, a que pertencem também Java, Samatra, Bornéu, etc.
Há a considerar, todavia, a influência preponderante que as altitudes exercem sobre a temperatura média indicada, podendo, de uma maneira geral, dizer-se que o clima é quente nos locais de altitude inferior a 1200 m, temperado nas zonas de altitude superior aquela (médias anuais entre 10º e 20º) e oceânico em todos os locais, por ser a amplitude média de variação anual inferior a 10ºC. Os meses mais quentes são os das grandes chuvas, de Dezembro a Abril.
No que respeita aos ventos, Timor situa-se na região que sofre, alternadamente, a influência da monção asiática, que sopra de Dezembro a Maio, trazendo as chuvas que caiem em toda a ilha, e da monção australiana, que sopra de sudeste para noroeste de Junho a Outubro. O valor médio anual de precipitação varia entre 500 e 1000 mm no litoral norte, entre 1000 e 2000 mm principalmente no litoral sul e superior a 2000 mm nas zonas altas da região central e da vertente meridional da ilha. As médias anuais têm, geralmente, os valores mais altos em Janeiro e Fevereiro e os menores em Agosto e Setembro.
Território e Fronteiras
A ilha de Timor foi dividida entre Portugal e a Holanda pelo Tratado de 20 de Abril de 1859, que só teve execução em 1861. Por este tratado, Portugal ficou com a região dos reinos de Belos, a parte a que hoje chamamos de Timor Oriental, cabendo à Holanda a remanescente parte ocidental da ilha, também chamada de Servião.
A 10 de junho de 1893, foi feito um convénio entre os dois países para revisão das fronteiras, facto que só veio a acontecerem 1902, em Haia. Com a ratificação da Convenção luso‑holandesa de 1 de Outubro de 1904, Portugal cedeu o reino de Naimuti por troca com o reino de Maucatar, sob administração holandesa, sendo a linha fronteiriça definida por marcas naturais do terreno. Portugal manteve o enclave do Oe-cusse Ambeno, na costa Norte da parte holandesa.
Assim, o Território de Timor Oriental abrange a parte oriental da ilha de Timor, o território do Oe‑Cusse Ambeno, a ilha de Ataúro e o ilhéu de Jaco, tendo por limites terrestres os designados na Convenção luso-holandesa de 1 de Outubro de 1904 e na sentença arbitral de 25 de junho de 1914.
Vegetação
Apesar de Timor ser uma ilha de vegetação abundante e de formação florestal bastante diversificada, não apresenta o aspecto luxuriante característico das grandes ilhas de Sonda.
O clima, o relevo, e o solo determinam fisionomias paisagísticas que, no decorrer dos tempos, se modificaram pela acção do homem.
Em virtude do acentuado relevo a da intensa acção erosiva na época chuvosa, os solos, com excepção dos da planície, são pobres, sendo a vegetação predominantemente arbustiva.
Encontram‑se regiões de floresta na ponta Leste da ilha a na costa Sul, muito mais exuberantes que as da parte Oeste e da costa Norte, devido ao efeito do clima e da consequente ocupação do homem.
Os principais tipos de floresta primária são o mangal, a floresta do litoral, a floresta primária mista e a das zonas montanhosas.
O mangal é característico do litoral marítimo e emerge das próprias águas salgadas ou salobras, são de várias espécies mas apresentam as mesmas faculdades de adaptação e distribuem‑se regularmente em linhas paralelas ao litoral.
A floresta do litoral dispõe numa estreita faixa junto do mar e compreende uma flora geralmente pobre em espécies, mas são abundantes na costa Sul.
A floresta primária mista apresenta as suas formações características na zona Leste da ilha, onde é cerrada, com coberturas espessas e orlas fechadas por cipós entrelaçados, tornando‑se quase impenetrável nas regiões baixas. As espécies dominantes são dos géneros Eugenia, Intsia, Elaeocarpus, Dysoxylum, Ficus, etc. Nas zonas médias os espaços arborizados são mais abertos, notando‑se a ausência de trepadeiras, epifitas e musgos. Há vastas manchas de Eucalyptus. Em muitas regiões da costa Norte encontram‑se bosques de arbustos e árvores de pequena estatura.
Á medida que se sobe as formações vegetais aparecem isoladas e vão rareando, ao passo que aumentam os musgos e líquenes.
A floresta secundária, testemunha da acção do homem, cobre quase todo o território, assumindo três aspectos essenciais: formações densas de arbustos, pequenas árvores e trepadeiras, rodeando os bosques de floresta primária; ou tufos de bambus misturados com eucaliptos e finalmente as savanas e pastagens, também secundárias em especial na região Leste.
Fauna
Esta ilha pertence à sub-região austromalasia da região zoogeografica oriental.
Entre os Mamíferos, são de salientar o « Ka-ka-ka »,Trichosurus vulpecula, o macaco «Macaca irus», o «banteng » Bibos sondaicus, o veado «Cervus timorensis».
Entre as Aves: o galo-do-mato «Gallus gallus», o pombo «Ptilinopus cinctus», o rei-das-rolas «Toracoena modesta», o lorico «Trichoglossus euteles», o « taduco » Eudynamus sclopacea everetti, o « téqui-béque » Halcyon australasia, o « mandou » Coracina novaehollandiae personata, o soldado velho «Lanius schach bentei», o « lumeta » Aplonis minor, e os « cacúa », nome dado ás espécies Sphecotheres viridis, Philemon buceroides e Myzomela vulnerata.
Dos Répteis são de citar: o « toké » Gecko verticillatus, e o lagarto-voador Draco timorensis; as cobras c.-verde Lachesis gramineus, a «c.-cacásse» Cerberus rhynchops; o crocodilo Crocodylus porosus e o lagarto Varanus timorensis.
No mar há abundância de peixe e tubarões. Nas ribeiras, desde a nascente à foz, são de destacar os camarões, as enguias a as sanguessugas.
São numerosos os insectos, incluindo o mosquito anófele e imensas legiões de borboletas, pirilampos e abelhas que existem em grande quantidade no estado bravio, e ainda escorpiões e a venenosa aranha vermelha. No litoral são notáveis os corais."
3 Comments:
Penso que os crocodilos que aí existem são crocodilos gigantescos de água salgada originários da Austrália. Será assim?
Se assim for, já te estou a imaginar armado em Crocodile Dandee, de faca na boca, a mergulhar num rio de águas turvas, e a caçar à unha um crocodilo gigantesco. Depois vais regressar triunfalmente a Portugal com um lindo par de botas de pele de crocodilo. Ou em alternativa, vai o crocodilo regressar triunfalmente à Austrália com dois lindos pares de botas de pele de Crocodile Dandee.
Na verdade não consigo nadar descansado nesta águas maravilhosas. Sempre a pensar nos terríveis bichos com dentes. Valho-me das estatísticas que são baixas, quanto aos ataques.
Bem... Confesso que desta não estava à espera! Então agora para além de me preocupar com os conflitos que existem por aí também me vou ter que preocupar com corcodilos no mar?!
:)
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