Os primeiros contactos dos Portugueses com a Ilha de Timor
"4. Os primeiros contactos dos Portugueses com a Ilha de Timor
Em meados de Novembro de 1511 partiu de Malaca, por ordem de Afonso de Albuquerque, uma armada comandada por António de Abreu com destino às ilhas das especiarias, esta armada tinha uma guarnição de 120 homens e era formada pela nau capitania Santa Catarina, pela Sabaia, comandada por Francisco Serrão e por uma Caravela latina sob comando de Simão Afonso Bisagudo.
A referida armada seguiu pelo estreito de Sabão e pelo de Berhala, deixando assim por bombordo as ilhas do arquipélago de Linga. Continuando a costear Samatra, atravessou o estreito de Banca e, depois, o de Lucipara, entre a ilha deste nome e a referida ilha de Samatra. Navegou em seguida para leste, ao longo da costa de Java, passou pelo norte de Madura e tomou o estreito de Sapude onde, perto da ilha do mesmo nome, se perdeu a nau de Francisco Serrão que "ia fazendo muita água".
Abreu, conseguindo salvar toda a tripulação da nau naufragada, distribuiu-a pelo seu navio e pela caravela de Simão Afonso, e prosseguiu com a sua frota aproximou-se da ilha de Bali, onde costeou bem como, depois, as de Lomboc, Sumbava e Flores.
Até ao cabo das Flores, extremo nordeste da ilha, a navegação deve ter sido feita, na sua maior parte, somente durante o dia.
Segundo relatos da época, Timor foi seguramente, visitada por Francisco Serrão entre 1511 e 1514, o qual em consequência de dois naufrágios, primeiro da nau Sabaia, perto do estreito de Sapude e mais tarde do junco que entretanto a substituiu, em Lucipara, perdeu contacto com a armada em que se integrava e ficou retido vários anos pelas diferentes ilhas deste arquipélago.
Voltando à viagem de António Abreu, importa realçar que a mesma fez parte de um conjunto de viagens programadas no Reinado de D. Manuel I, nas quais os portugueses percorreram os mares do oriente e as ilhas das especiarias e que levaram à China em 1513, Jorge Alvares (ilha de Tamão hoje Lin-Tin) e em 1515 e 1517 Rafael Perestrelo e Fernão Peres de Andrade, respectivamente, à Austrália em 1522 Cristovão de Mendonça e à actual ilha de Palau, Gomes Sequeira, esta durante muito tempo confundida com a Austrália e, finalmente, Francisco Zeimoto, António da Mota e António Peixoto ao Japão em 1543.
A pequena ilha Solor foi visitada em 1551, por um fidalgo chamado João Soares, que se relacionou, excelentemente, com o rei gentio que converteu ao cristianismo. A partir de 1561 foi evangelizada pelos dominicanos vindos de Ludaca, a quem foi concedido o privilégio de nomear o Capitão da fortaleza. Em 1613 passou a chamar-se "Fort Henricus" após ocupação holandesa e que, perdida, voltou a ser reconquistada pelos Países Baixos em 1618.
Timor constituiu com Solor uma mesma capitania a partir de 1561 e, pode dizer-se, que teve sempre vida atribulada, pela constante influência de holandeses e chineses procurando sublevar os povos Indígenas contra as autoridades portuguesas.
Timor foi o último baluarte da presença portuguesa na Oceânia, remontando a 1702 o estabelecimento da primeira sede do Governo em "Lifau" hoje Ocussi, localidade que, de resto, viveu em permanente instabilidade, provocada pelos cercos e combates com holandeses e "Topazes".
Em 1769 o Governador António Teles de Menezes, transferiu a sede da administração portuguesa para Díli, onde desde o Sec. XVI existia uma feitoria."
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