Um bocadinho do meu serão para vocês
Hoje vou vos contar como são passados os meus serões. Vou pegar no que aconteceu ontem que mais ou menos é aquilo que vai acontecer hoje e amanhã.
Para mim, todos os dias da semana são praticamente iguais. É claro que não vou trabalhar ao fim-de-semana. Mas digo que são todos iguais porque não existe qualquer tipo de pressas, nem tão pouco hora de ponta, nem preocupação de chegar tarde a menos que apanhemos um búfalo pachorrento a caminhar nestas estradas muito estreitas.
Depois de sair do trabalho, que acontece por volta das 17.00, chego ao hotel e sai-o equipado com a roupinha do desporto, a toalha e os chanatos, pego no carro e estaciono-o à beira-mar num local junto das muitas esplanadas feitas com folhas de coqueiros. Durante uma hora e meia, e porque eu quero vou dar a minha corridinha até ao Cristo-Rei e volto. Ainda são uns
Quando regresso tomo um fantástico banho de mar e seco-me praticamente com a brisa quente e suave que costuma correr de nordeste. Entretanto já encomendei uns peixinhos grelhados num dos restaurantes. O pessoal de lá já me conhece. Em vez de cadeiras com mesas, posso escolher uma espreguiçadeira com uma mesinha do tipo japonesa, muito baixinha. Tudo plantado num areal muito branco e fino. Ali estou eu a comer, vendo ao mesmo tempo o magnífico espectáculo que é este pôr-do-sol.
Perguntam vocês, estará ele sozinho? Bem, no primeiro dia estava, mas depois comecei a conhecer pessoas de várias nacionalidades que elegeram esta hora mágica do dia para fazer o seu desporto e depois jantar.
Mas garanto-vos que quando o espectáculo soberbo do pôr-do-sol começa, as conversas param e toda gente fica a olhar sem pestanejar, e sabe-se lá a pensar
Depois o escuro da noite cai, e como praticamente não existe iluminação pública tudo fica negro. A fauna nocturna começa a dar um concerto monumental a várias vozes. Pássaros, lagartos, rãs e tantos outros, ajudam ao coro. De longe em longe, acendem-se fogueiras e nelas dispõem-se pessoas a cantar e a tocar enquanto que os pescadores nativos se encontram atarefados com a sua faina bem juntinho da costa.
Neste canto da ilha, o Índico não tem praticamente ondulação. Se gritarmos, a nossa voz é propagada em diversas direcções, fragmentando-se em variadíssimos ecos.
Bem, depois lá para as 22.00 estou de volta ao meu quarto para o duche obrigatório, falar com alguns amigos e família via Skype e MSN e ver as notícias das 13.00 em Lisboa que aqui são às 22.00.
E é assim, esta minha vida sã. Mas suspeito que não sou o único aqui a viver mais ou menos assim.