terça-feira, outubro 31, 2006

Um bocadinho do meu serão para vocês

Hoje vou vos contar como são passados os meus serões. Vou pegar no que aconteceu ontem que mais ou menos é aquilo que vai acontecer hoje e amanhã.

Para mim, todos os dias da semana são praticamente iguais. É claro que não vou trabalhar ao fim-de-semana. Mas digo que são todos iguais porque não existe qualquer tipo de pressas, nem tão pouco hora de ponta, nem preocupação de chegar tarde a menos que apanhemos um búfalo pachorrento a caminhar nestas estradas muito estreitas.

Depois de sair do trabalho, que acontece por volta das 17.00, chego ao hotel e sai-o equipado com a roupinha do desporto, a toalha e os chanatos, pego no carro e estaciono-o à beira-mar num local junto das muitas esplanadas feitas com folhas de coqueiros. Durante uma hora e meia, e porque eu quero vou dar a minha corridinha até ao Cristo-Rei e volto. Ainda são uns 12 km do local onde estaciono o carro.

Quando regresso tomo um fantástico banho de mar e seco-me praticamente com a brisa quente e suave que costuma correr de nordeste. Entretanto já encomendei uns peixinhos grelhados num dos restaurantes. O pessoal de lá já me conhece. Em vez de cadeiras com mesas, posso escolher uma espreguiçadeira com uma mesinha do tipo japonesa, muito baixinha. Tudo plantado num areal muito branco e fino. Ali estou eu a comer, vendo ao mesmo tempo o magnífico espectáculo que é este pôr-do-sol.

Perguntam vocês, estará ele sozinho? Bem, no primeiro dia estava, mas depois comecei a conhecer pessoas de várias nacionalidades que elegeram esta hora mágica do dia para fazer o seu desporto e depois jantar.

Mas garanto-vos que quando o espectáculo soberbo do pôr-do-sol começa, as conversas param e toda gente fica a olhar sem pestanejar, e sabe-se lá a pensar em quê. Quiçá a meditar. É lindo, só mesmo presenciando.

Depois o escuro da noite cai, e como praticamente não existe iluminação pública tudo fica negro. A fauna nocturna começa a dar um concerto monumental a várias vozes. Pássaros, lagartos, rãs e tantos outros, ajudam ao coro. De longe em longe, acendem-se fogueiras e nelas dispõem-se pessoas a cantar e a tocar enquanto que os pescadores nativos se encontram atarefados com a sua faina bem juntinho da costa.

Neste canto da ilha, o Índico não tem praticamente ondulação. Se gritarmos, a nossa voz é propagada em diversas direcções, fragmentando-se em variadíssimos ecos.

Bem, depois lá para as 22.00 estou de volta ao meu quarto para o duche obrigatório, falar com alguns amigos e família via Skype e MSN e ver as notícias das 13.00 em Lisboa que aqui são às 22.00.

E é assim, esta minha vida sã. Mas suspeito que não sou o único aqui a viver mais ou menos assim.

sábado, outubro 28, 2006

“Primeiro estranha-se depois entranha-se”

Caros amigos e leitores deste blog, este é o primeiro post que edito após a chegada a Dili. Cheguei na sexta-feira passada depois de não ter conseguido voo de Darwin devido ao aeroporto de Dili se encontrar encerrado em virtude de distúrbios.

A primeira impressão que se tem ao entrar neste país é de choque, devido às muitas diferenças que existem em relação ao nosso. Apesar de falarmos muito mal do nosso muito querido Portugal, ao passarmos por outros países, concluímos muito rápido que definitivamente pertencemos ao pelotão da frente. Mas enfim, não o quero comparar a Timor-Leste, um país muito jovem e saído de um passado muito conturbado e cujo presente está muito indefinido e portanto cheio de incógnitas.

Encontro-me instalado num hotel que é do melhor que se pode encontrar por aqui. Tem um ambiente familiar e em Portugal teria uma cotação de 1 ou 2 estrelas. Nele habitam pessoas que na sua grande maioria são cooperantes: médicos, magistrados, militares, professores e de muitas outras profissões e de diferentes nacionalidades.

Ao conversar com os cooperantes, senti que tiveram a mesma sensação de choque que tive ao sair da “gare” do aeroporto. Mas como me disseram que Timor-Leste “primeiro estranha-se e depois entranha-se”. E de facto parece que é isso que me está a acontecer, porque as pessoas são de uma simpatia extrema, e refiro-me ao pessoal nativo e o ambiente entre os cooperantes é muito bom.

O primeiro dia foi passado a fazer os primeiros contactos com as pessoas com as quais vou trabalhar, e à boa maneira portuguesa houve patuscada para de certo modo “quebrar o gelo” e pôr os novos elementos a conversar com os já existentes.

O preço dos bens e serviços é um pouco elevado em virtude de aqui não se produzir praticamente nada. Os bens vêm na sua maioria da Austrália e da Indonésia. Mas também devido ao facto de existirem muitos estrangeiros com uma capacidade financeira acima da média, incluindo os portugueses cujos ordenados são bem mais elevados do que se estivessem em Portugal, já que não lhes é deduzido o IRS devido ao estatuto de cooperante, mais outros suplementos que diferem de profissão para profissão.

O clima é tropical, calor todo o ano. As temperaturas neste momento encontram-se a subir (rondam os 30ºC tanto de dia como de noite), já que nos aproximamos a passos largos do Verão e simultaneamente do tempo das monções. Nessa altura, dizem os “veteranos” que o calor e a humidade é tanta que é difícil respirar.

Hoje acordei muito tarde após ter vivido a primeira noite de convívio nas esplanadas plantadas à beira mar, locais estes onde a grande maioria do pessoal da cooperação se encontrava. De certo modo fez-me lembrar outros tempos passados em Moçambique.
Apesar do ambiente entre estrangeiros e timorenses ser bom, existe sempre a tendência para as pessoas se juntarem por grupos de afinidades e de interesses onde se vêem muito poucos timorenses.
Passei a parte da tarde na praia com uma temperatura da água a rondar os 30ºC, num mar profundamente azul e verde que dá vontade de entrar nele sem exitações. Um local ideal para se fazer mergulho, nem que seja somente snort e apneia.
A situação em termos de segurança é um tanto ou quanto precária, mas sem grande perigo para os estrangeiros. Sendo a violência focada entre timorenses que artificialmente alguém os dividiu em Loromuno e Lorosae (Oeste e Leste), mas essas estórias ficam para outros posts e à medida que os comentários começarem a surgir neste blog.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Ai que nervos ...

Depois das 12 horas de Londres a Singapura, as 7 horas para Brisbane foram "piece of cake".
O pior foi que só tinha 2 horas entre vôos, e o Murphy atacou, problemas na alfândega. Depois lá conheci um funcionário da mesma que surpreendentemente abriu um canal de urgência até ao vôo seguinte e que através de um taxi conduzido por um polaco nos pôs na gare dos vôos domésticos, uns kilometros distanciada da dos vôos internacionais. Em suma, por 5 minutos iamos perdendo o vôo.
Eu nem queria acreditar no que me estava a acontecer. Entrei numa espiral, que nem acreditei quando me safei dela e da situação.

Ao chegar a Darwin, noto que o aeroporto de Dili se encontrava encerrado por motivos de segurança devido a distúrbios.

Neste momento encontro-me hospedado num resort perto do aeroporto (http://www.darwinairportresort.com.au/). Está um ventinho mas um bafo vindo do inferno.

terça-feira, outubro 24, 2006

Ai que estafa ...

Ca estou eu em Singapura depois de ter passado por Londres.
Tem corrido bem ate agora, no entanto esta ultima viagem foi de 12 horas e ja estava com o meu corpinho todo muido.
O agradavel eh que vim no Boeing 747-400 (Jumbo Jet) da British Airways, com um espaco para esticar as pernas fantastico, a parte chata, as hospedeiras "bifas" eram feias e os gajos larilas.

Agora estou ah espera (mais duas horas) do voo para Brisbane (Australia).
Aqui no shopping do Aeroporto comprei a minha tao desejada Nikon D200 a um preco jamais sonhado em Portugal.

Fiquem bem
Ah, desculpem mas a porcaria deste PC nao tem caracteres tugas.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Ai que stress ...

Não consigo evitar.
Assim que a hora de embarcar se aproxima, começo a sentir um nervoso miudinho que me faz andar eléctrico, sem sono e a transpirar constantemente.
Não é por causa da viagem em si, mas sim por eu não querer deixar para trás tudo aquilo que me parece ir fazer falta. E como é por um longo período, pior.
Só vou sentir aliviado quando o avião descolar da Portela.

São as 03.00 da manhã e eu ainda a arrumar as coisas. Certo que tenho 99% das coisas já colocadas na mala, mas ainda procuro algo mais para encafifar no minúsculo espaço que ainda resta na mala grande.

De certeza que vou ter excesso de peso, o que vale é que pude enviar outra mala grande via Mala Diplomática. Se não fosse isso estaria tramado.

Se conseguir acesso à net durante as minhas quatro escalas, ponho mais um post.

Aqui vou eu ...

terça-feira, outubro 10, 2006

Hora de partir

Já tenho a viagem marcada para o dia 23 de Outubro próximo às 14.00, saindo do aeroporto da Portela.

O plano da viagem é o seguinte (horas locais):

-- Lisboa 14.00 23Out.
16.30 Londres (Inglaterra) 21.25
17.15 24Out. Singapura 21.20
06.45 25Out. Brisbane (Austrália) 09.05
12.40 Darwin (Austrália) 15.30
16.45 25Out. Dili (Timor-Leste)

A chegada a Dili às 16.45 de 25 de Outubro, correspondem às 08.45 de Lisboa.

Duranção estimada para a viagem é sensivelmente de 43 horas, contando com trânsitos e esperas. Glup! Vou ver se aguento.